sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vivendo Em Primeira Pessoa

A insatisfação, a falta de motivação e o sentimento de frustração, são constantes na vida de muitos no cotidiano moderno.
A que se deve essa realidade? São muitos os fatores que contribuem para que esse estado de infelicidade seja cada vez mais comum. Entre eles, estão as escolhas que fazemos. O que nos leva a escolher amigos, parceiros, estilo de vida, profissão? Como fazemos escolhas tão importantes?
Não raro, essas escolhas são feitas da vida a qual se observa: a dos pais, das pessoas admiradas, das públicas..., das oportunidades que se tem, da falta delas... São tantas as motivações das nossas escolhas...
“O que quero ser, quando crescer”? Ao fazer essa pergunta, inicia-se o processo que conduz ao futuro! É o início de uma longa caminhada... Muitas vezes, os resultados buscados demoram a chegar! Em outras, o modelo seguido não traz os ganhos almejados! Não traz a felicidade sonhada!
O investimento de energia aumenta, mas a motivação para manter-se naquela atividade, diminui. Os sentimentos de incompetência, a sensação de que há algo de errado recaem sobre as pessoas que repetem ações, comportamentos, como se a crença num novo dia fosse suficiente para atingir seus objetivos. Aqueles traçados há tanto tempo...
As mudanças acontecem em nós, à nossa volta. Insistir em continuar sem ajustar o foco, sem rever interesses, valores, ganhos reais impede muitas vezes, a realização pessoal.
Reconhecer a necessidade de obter ajuda, conduz ao acerto e um novo processo tem lugar. Quanto mais cedo esse reconhecimento for feito, menor o comprometimento da vida pessoal. Aprender a traçar estratégias para os diferentes objetivos de vida, não só resultam em ganhos concretos, como também, em um sentido para ela (a vida). Passa-se a sujeito da própria história e, como tal, a vida é conduzida a partir da própria referência. A missão de tornar-se si mesmo, passa a ser uma das motivações essenciais ao processo de auto-realização.
Para efetivar essa missão, também, é necessário identificar os comportamentos que auxiliam e quais prejudicam; enfim, qual é a melhor maneira de levá-la a termo.
Á medida que objetivos são focados e comportamentos avaliados, novas configurações são formadas. Tal como num caleidoscópio, outras maneiras de ver, sentir e agir, sobre a mesma realidade, são percebidas. A auto- estima elevada pelos novos conseguimentos conduz a novos projetos de vida e, finalmente, a um sentimento de competência e realização. Na relação de ajuda, os sentimentos de desamparo e desorientação são, aos poucos, substituídos pelo sentimento de confiança.
A seguir, relatam-se dois casos reais.
T.C. trabalha há anos, numa área diferente daquela em que se formou,aproveitando oportunidade que surgiu no início de sua vida profissional. A empresa pequena, familiar como descreve, não oferecia ameaças. Solteiro, ganhando um bom salário, não sentia nenhum desconforto com sua maneira de trabalhar, nem mesmo com a atividade em si. Passados cinco anos, T.C. casa-se, muda de cidade e de empresa. A adaptação a tantas mudanças leva-o a questionar-se. Sente-se confuso, inseguro. Passa a duvidar da sua competência, esquiva-se em sua mesa de trabalho e, sempre que pode, busca uma zona de conforto dentro do ambiente de trabalho. O próximo passo é o desejo de deixar o emprego e fazer outra coisa. Quem sabe, um curso em outra área... Quem sabe...?
Sua tendência à dispersão acentua-se. É com essa queixa que pede ajuda.
Aos poucos, organiza-se. Cria métodos para focar melhor suas atividades. Os resultados começam a aparecer primeiro em sua vida pessoal. Aprende a ocupar melhor seu espaço.
No ambiente profissional, busca uma exposição maior, principalmente, junto aos seus superiores.
Conscientiza-se da necessidade de fundamentar suas ações. Adquire livros sobre assuntos que julga não ter domínio.
Essas são algumas das ações que têm feito com que confie mais em si e em sua competência. A concentração aumenta, à medida que experimenta esses resultados. Há mais foco em seus objetivos.

L.S. traçou seu caminho profissional visando trabalhar com o pai. Pretendia exercer a mesma profissão dele. Após sucessivas tentativas mal sucedidas, tenta uma área afim. Finalmente, instala-se no espaço pretendido. Entretanto, a realidade contradiz suas expectativas. Mesmo tendo bastante trabalho, não consegue realizar seus sonhos. Angustiada, desilude-se, desmotiva-se. O questionamento sobre a escolha profissional é inevitável.
Lança seu olhar para o entorno. Quer reformar o espaço físico, o modelo empresarial adotado pela equipe do pai... Tem muitas idéias, mas sente-se impotente para realizar tantas mudanças. O sentimento de impotência toma conta dela. A falta de motivação decorrente, mina sua vontade de trabalhar. Investe muita energia para dar conta do seu trabalho.
Alguns passos, no sentido da própria referencia estão sendo dados. O foco no que realmente faz sentido para sua vida tem sido mantido. L.S. trabalha intensamente para não deixar de viver em primeira pessoa.
Viver em primeira pessoa é um processo que requer empenho, dedicação e decisão. As conquistas obtidas através dele, proporcionam um prazer único – o de viver e realizar a própria vida.

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