domingo, 27 de maio de 2018

Quantas" casas " podemos andar?

Quantas lutas...Quanto a melhorar...Quanta evolução ainda pela frente!
Como nos jogos de tabuleiro, andamos casas, pulamos outras e voltamos... Assim, caminhamos.

Quantos espantos nesse caminhar! 

Imaginando ver o jogo de cima, podemos identificar algumas das questões existenciais: as casas desse imenso tabuleiro.

Quantas casas compõem a questão do direito das mulheres de se constituírem como sujeito e não como objeto, para satisfação dos desejos dos homens e do patriarcado?

Andamos quantas? Pulamos algumas? Com certeza, voltamos muitas casas! 

A visão da mulher como objeto, desconsidera seus atributos psicológicos e emocionais. Ao ser vista e tratada como objeto ela própria se vê e se coloca nesse lugar, procurando corresponder ao que entende como expectativa a ser satisfeita por ela. Confunde esses padrões com quem ela é. Não reconhece suas possibilidades, seu potencial, sua capacidade de auto regulação, o que influencia até seu engajamento como profissional e cidadã. 

Como sair dessa "casa"?

É preciso que as mulheres se reconheçam como indivíduos completos e capazes. Que estejam atentas para identificar as atitudes que reforçam a cultura do machismo e queiram combate-la no seu dia a dia. 

Não basta "pular casas"! Muitas atitudes podem parecer eficazes, entretanto, muitas vezes as mulheres agem dentro do padrão de dominação - o mesmo que  as colocou no lugar de objeto! Recentemente, a Netflix lançou o filme "Não sou um homem fácil" (I'm not an easy man). Nesse filme, pode-se constatar o quanto não saímos do lugar! Invertemos as posições e, nada mais! Não houve mudança de valores; portanto, não houve desenvolvimento moral suficiente para sairmos da dominação para o paradigma do cuidado - tão imprescindível quando se considera  a sociedade humana. Lugar onde homens e mulheres devem ter direito à  própria individualidade, com autonomia suficiente para "andar mais casas", nesse "jogo" em que as relações entre nós constroem grande parte da sociedade, pela qual todos devemos ser responsáveis.

Aos homens um pedido: comecem a reflexão assistindo ao filme "I'm not an easy man"!

Às mulheres uma advertência: não continuem ensinando esse jogo da mesma maneira que aprenderam. Somos nós que, na grande maioria das vezes, reproduzimos os padrões da cultura patriarcal !