quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Quietude

“Esqueça o passado. Fique no presente e você receberá presentes de Deus. Assim você conseguirá ficar na companhia Dele e receberá muito poder. Mantenha sua mão na mão Dele e todas suas dúvidas terminarão. Você permanecerá contente e feliz. Pense nisso! Crie essa experiência e você nunca mais vai querer dar um só passo longe Dele. Quando ficamos distantes de Deus mesmo pequenas coisas tornam-se como montanhas em nossas cabeças. Portanto ensine a si mesmo a arte de permanecer quieto. Não há necessidade de pensar e falar sobre nada extra. Permaneça quieto e sua mente se tornará quieta. Assim como o sol, os oceanos, os rios e os lagos têm seu próprio trabalho, nós também precisamos fazer nossa tarefa.” (Dadi Janki)


FELIZ NATAL
PAZ


PARA TODOS OS AMIGOS
E
FELIZ  2012  

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Conhecimento como Afeto

Quando se é afetado pelo conhecimento, comportamentos podem ser transformados. Já refleti sobre a atitude e seus componentes e a importância de cada um deles na transformação, na mudança de atitudes.Mas essa idéia nascida de Spinoza e Nietsche, segundo o filósofo André Martins, revelou-se de uma clareza extraordinária!

 Deixar-se afetar pelo conhecimento é imprescindível para a mudança de atitude.

 Associei à idéia do afeto, como agente transformador, a idéia proposta por Jung ao falar sobre a importância de se deixar afetar pelos conteúdos do inconsciente. Para ele, o inconsciente fertiliza a consciência, assim como o Nilo fertiliza suas margens... Imagens, imaginações, impressões, impulsos, afetos, complexos e prolapsos são como húmus que as águas do Nilo deixam em suas margens... São conteúdos do inconsciente que ao serem conhecidos ampliam a consciência e a capacidade de agir e de viver melhor.

Sempre há uma porta entre inconsciente e consciente que permite a passagem desse conteúdo.

Nos sonhos essa porta muitas vezes aparece de forma ameaçadora. O sonhador não consegue fechá-la, não encontra a chave que pode trancá-la ou a chave se quebra... Geralmente, o sonho é vivenciado como pesadelo. Também não é incomum esses conteúdos agitarem as águas dos sonhos. Figuras humanas distorcidas pela aparência assustadora ou por atitudes perversas, animais e tantos outros símbolos, assim como aqueles dos “bons sonhos” auxiliam a passagem desse material inconsciente para a consciência. É preciso se abrir para essa fonte rica de conhecimento!

 Em estado de vigília, também, podemos encontrar essa porta naquilo que exige maior esforço, empenho ou paciência. Libertar-se dos obstáculos que se interpõem entre a pessoa e o seu agir implica na ampliação do autoconhecimento. Esse conhecimento afeta de tal forma a pessoa em análise que suas possibilidades de crescimento e a alegria de viver são notadas. O tempo é melhor aproveitado e a vida melhor vivida!

Ingressar e caminhar no processo do autoconhecimento, como qualquer aquisição de conhecimento, exige atenção, disponibilidade e dedicação. Conhecer, afetar-se, transformar-se fazem a vida ganhar sentido e fertilidade como a que trazem as águas do Nilo ao transbordarem...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Amor Incondicional

Aqueles que não tiveram a experiência do amor incondicional têm dentro de si um vazio que não é preenchido nunca.
Vazio que aumenta com algumas vivencias; diminui com outras, mas, não desaparece...
Ouvir o depoimento acima, dado quase com essas mesmas palavras, fez com que nascesse mais uma reflexão...


O que é esse amor incondicional?

“O amor incondicional corresponde a uma das mais profundas aspirações, não só da criança, mas de qualquer ente humano”. (Erich Fromm)

Geralmente, ele é atribuído à figura materna que seria capaz de amar, aceitar seus filhos sem que precisassem atender a nenhuma exigência ou condição. A mãe ama o filho, simplesmente, porque é seu filho. Afirma sua vida, através dos cuidados que lhe garantem a sobrevivência e desenvolvimento. Transmite ao filho, basicamente, o quanto é bom viver, ser um menino ou uma menina e o quanto é bom estar aqui.Contudo, o que se diz sobre o amor materno e/ou incondicional, não corresponde ao que muitos filhos relatam ao se queixarem de um vazio interior, de uma desconfiança e medo em relação à vida em si e à capacidade de se realizarem. Muitos trazem para si o motivo pelo qual não foram amados por suas mães, acreditando haver algo neles que justifique essa falta. Por conta disso, passam a vida buscando sentir aprovação, aceitação e a estima por parte de suas mães e de pessoas para quem transferem a importância dada à figura materna e ao amor incondicional.


... “O amor não é primacialmente, uma relação para com uma pessoa específica; é uma atitude, uma orientação de caráter, que determina a relação de alguém para com o mundo como um todo, e não para um “objeto” de amor... Contudo, a maioria crê que o amor é constituído pelo objeto e não pela faculdade”. (idem)

Partindo dessa premissa, muitas mulheres falharão com seus filhos – independentemente de quem sejam eles.
Narcisistas, dominadoras ou possessivas – cada uma dessas mães se relaciona com o mundo e com as pessoas a sua volta – filhos ou não – de acordo com sua orientação de caráter. Falharão, principalmente, quando tiverem que se separar desses filhos. Separação essa necessária para o crescimento e desenvolvimento deles.Portanto, amar e amar incondicionalmente não são tarefa fácil.

Amar sem pedir nada para si, visando apenas à felicidade daquele a quem se ama, exige de quem ama uma “existência firmemente alicerçada em si mesma”, como argumenta Erick Fromm, no seu livro "A arte de amar". Para ele, a pessoa amadurecida ama tanto com a consciência materna quanto com a consciência paterna.
“... Nesse desenvolvimento do afeto centralizado na mãe para o afeto centralizado no pai e em sua síntese ulterior reside a base da saúde mental e da complementação da maturidade.”
Estar firmemente alicerçado em si mesmo, amadurecido e em condições de ter o amor como atitude, ou seja, ser capaz de amar – não é uma realidade comum entre nós, homens e mulheres, principalmente, na sociedade contemporânea.

Sendo assim, como ficam os filhos desses homens e mulheres? O que é possível fazer, apesar dos pais que esses filhos tiveram ou terão? A eles restará um vazio que nunca se preenche?

Uma das qualidades do amor incondicional é a passividade. Isso significa que para se conseguir esse amor nada pode ser feito! Ou bem se é amado, ou não se é amado!Portanto, sentir-se amada passa a ser uma questão vital para a criança pequena.

Mais velha, é capaz de fazer alguma coisa pelos pais.E ela o faz. Geralmente, doa algo de si para aquele (s) de quem recebe amor. Sai da condição passiva do amor incondicional para a ação.

Segundo Erich Fromm, o amor infantil segue o princípio: “Amo porque sou amado”. O amor amadurecido segue o princípio: “Sou amado porque amo.”

A criança,durante seu desenvolvimento, deve ser capaz de superar o egocentrismo, compreendendo que o outro não é mais um meio de satisfação de suas próprias necessidades. Deve ser capaz de sentir mais prazer em dar do que em receber, em amar do que em ser amada; afinal, o egocentrismo isola a pessoa em si mesma, impede- a de sentir sua potência, sua capacidade de tornar-se independente e responsável pela própria vida.

As falhas nesse processo por deficiências dos pais podem justificar as dificuldades que encontramos nos adultos com sentimentos de desamparo, que buscam ser cuidados e protegidos. Entretanto, considerar a idéia de potência, ou seja, a força do impulso de autorrealização presente em todos nós, pode ser o início da resolução desse problema que aflige tantos adultos “presos no mundo da mãe”.
Ir além dos pais pessoais, ir “apesar dos pais pessoais” e das experiências com eles , ser para si a mãe que ama, cuida, protege e afirma a própria existência; o pai que disciplina, que incentiva a independência, a responsabilidade pela própria vida, certamente, são ações que ajudam às pessoas a preencherem seus vazios interiores e a aumentar a esperança na capacidade do ser humano de amar e ser amado e, assim melhorar não só a qualidade da vida pessoal como a da coletividade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Homenagem

Stella
minha querida tia


Irmã de meu pai como as outras tres.
As tias são os outros pilares do feminino.
Através delas vemos outras facetas do ser mulher.
Vi as minhas se ocupando desse feminino de muitas maneiras:
Cuidados consigo, com os outros, com o trabalho, com a religião, com a vida pública, com a casa...

...Casa cheia, luz, alegria: tia Stella.
Espelhos, cristais, perfumes, vestidos, jóias, batons e esmaltes vermelhos: Tia Stella.
Irreverência: tia Stella.
Feminina, sagaz, amante da vida.
Vida que transformou outras vidas.
Stella: estrela, luz.
Brilho que se afasta, mas que não se apaga das nossas vidas...

No pilar em que repousa essa parte do meu feminino tudo estava como estão as coisas que são.
Perde-la, deixou-me em desequilíbrio, mas não no escuro.
Pude encontrá-la em mim.



Que Deus a abençoe,
querida tia Stella.

domingo, 21 de agosto de 2011

Esconder-se ou Exibir-se ?

" Todos os sentimentos de suspeita ou hostilidade inatos, de precauções vagas e desejos de ocultar algo, desde que afetem o indivíduo nas suas relações sociais, revelam, de um modo geral, a mesma tendência de fuga à realidade, que impede a auto-afirmação... A coragem social depende desse sentimento de participação segura da família humana, sentimento do qual depende a harmonia da nossa própria vida"... (A. Adler)

Em contrapartida ao sentimento de inferioridade, que leva o indivíduo a restringir sua vida a espaços cada vez menores e mais pobres tanto de criatividade como de relacionamentos, existe outro sentimento tão importante quanto - a vaidade.
Flávio Gikovate diz que " a vaidade é a matriz de vários dos nossos impulsos difíceis de serem avaliados do ponto de vista moral, como é o caso da ambição, do desejo de chamar a atenção das pessoas e de se destacar. É ingrediente essencial da sede de vingança que sentimos quando somos humilhados, assim como da inveja e mesmo do ciume".

Sentimento de Inferioridade e Vaidade - dois sentimentos que levam à distorções na maneira de perceber a si, aos outros, a vida e a maneira como cada um se coloca nela. Ambos provocam raiva, inveja e ciúme, apesar de dinâmicas diferentes.

No sentimento de inferioridade tememos o olhar do outro, receamos seu julgamento porque nele projetamos a autoimagem distorcida que construímos ao longo da vida.
O outro aqui é ameaça que precisa ser afastada, assim como as possibilidades de conquistas e realizações; afinal,quem se sente inferior julga-se incompetente para tanto! A pessoa que nutre esse sentimento preserva sua vida das ameaças que a avaliação irreal de si mesma a leva a fazer das relações sociais e das suas possibilidades de realização pessoal.

A vaidade, por outro lado, leva a pessoa a exibir quaisquer feitos seus para que o outro a aprecie e a admire... Segundo Gikovate (estudioso da vaidade desde os anos 80), a vaidade faz parte do instinto sexual e, por isso mesmo, inerente à nossa espécie. Corresponde a um prazer erótico difuso que se manifesta quando provocamos a admiração ou o desejo sexual. Ainda segundo ele, trata-se de um estado de excitação sexual desencadeado pelo olhar das pessoas que nos cercam; porém, não está particularmente relacionado com elas. Trata-se de excitação e não de desejo, ou seja, não provoca anseios de aproximação ou de contato físico. ("Nós, os humanos",pg.54)

Portanto, ao contrário do sentimento de inferioridade, na vaidade, busca-se o olhar dos outros para satisfação pessoal e sensação de poder. 
Nessa sociedade pós moderna em que vivemos ter visibilidade, sucesso, reconhecimento é valor que pode obcecar:  Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonito, mais bem sucedido, mais poderoso do que eu?

Sempre há! E a luta para superar esses "rivais" conduz ao distanciamento cada vez maior de si.
Escondendo-se ou se exibindo, deixa-se de consolidar,de fortalecer a própria identidade.

A distorção da autoimagem provocada tanto pela vaidade, como pelo sentimento de inferioridade interfere nas relações amorosas, provocando desconfianças e, consequentemente, sofrimento. Em ambos os casos, as qualidades intrínsecas à pessoa que se relaciona dependem do reflexo que o olhar do outro pode proporcionar: Espelho, espelho meu ...Ameaça ou admiração? Inferioridade ou vaidade?
Fugir dos espelhos ou alienar-se neles?
E, quando não estiverem disponíveis? Sou? Existo?


Parte da imagem que ao longo da vida formamos a nosso respeito, depende do reflexo desse outro. 
O bebe sente que é amado ao ser ser refletido pelo olhar de prazer da mãe ao tê-lo em seus braços. A criança pequena em ser admirada por suas "gracinhas", pelos adultos que a cercam. A maior, pela sua maneira única de ser e por seus conseguimentos; e, assim por diante. Família, amigos, pessoas que são significativas e admiradas por cada um de nós têm peso no desenvolvimento desse sentimento tão importante - a autoestima ,como também, na formação da autoimagem.

No adulto, autoimagem bem constituída e autoestima saudável, contribuem para que o valor pessoal não dependa do reflexo da própria imagem nos olhos de outrem: nem para ver neles sinais do quanto se é único, especial.Nem para que deles se fuja a fim de não ver refletida a imagem que não se quer ter de si mesmo.
Nunca é demais lembrar que elas - autoestima e autoimagem- desempenham papel importante na maneira como a pessoa se coloca no mundo, assim como, no sentimento de pertencer à família humana.

Tornar-se independente desses reflexos, tendo mais consciência de si, experimentando o prazer da própria companhia e, principalmente, valorizando quem se é são algumas das maneiras de superar tanto o isolamento social como a necessidade de se exibir como personalidade rara, com qualidades diferenciadas, como se acreditava a madrasta do conto de fadas "A Branca de Neve"... Espelho, espelho meu, existe alguém mais...do que eu?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Estar consigo mesmo

Saber sobre si, sobre as próprias dificuldades e, até mesmo, sobre o que mudar não é um relato incomum. Dizem:" Sei o que acontece comigo,sei como sou, o que faço e o que deveria fazer, mas não consigo mudar". Afirmam esse saber com muita propriedade .

Se ter consciencia é uma das condições importantes para se promover mudanças - por que é tão difícil mudar?

Como venho pontuando,quando se trata de mudança de atitude,as amarras psicoemocionais são grandes obstáculos!
Ceder, abrir mão, desapegar-se das defesas e dos comportamentos habituais pode significar perder. Perder privilégios, controle, poder. Poder, muitas vezes, sobre a vida de outros e sobre a possibilidade de responsabilizá-los pela própria infelicidade.
Pessoas com dificuldade para viver a propria vida, para assumir a responsabilidade sobre si, sobre suas escolhas tendem a exercer controle sobre o ambiente e sobre os outros,fazendo-lhes sempre mais e mais exigencias e cobranças.

Constatar que há sofrimento e muita insatisfação dessas pessoas, apesar do "privilégio" de verem as coisas saindo como querem e as pessoas agindo sob suas batutas,conduz a muitas hipóteses.
A que levanto aqui, é que a deficiência de relacionamento consigo mesmo, é grande obstáculo ao sentimento de suficiência pessoal tão necessário à felicidade.
Não conseguir estar consigo mesmo, em relação com seu mundo interior, com sua alma, ou seja, com aquilo que diferencia uns dos outros, pode levar a esse sentimento de impotencia diante daquilo que se sabe necessário fazer para promover mudanças.

Essas pessoas - que, muitas vezes, espreitam com inveja e desejo de vingança a vida dos outros - que costumam ser responsabilizados pelos insucessos e infelicidade de suas vidas e que, porisso mesmo, acabam por receber toda carga emocional que essa posição diante da vida costuma encerrar - defendem sua dificuldade de mudar com os mais variados motivos e com as mais variadas justificativas .
Como quando um carro atola, insistem em repetir, repetir, repetir padrões de comportamento, atolando mais e mais suas vidas num mesmo lugar.Até podem pedir ajuda para desatolar , mas não abrem mão dessa insistencia! Afastar-se do "carro atolado", deixá-lo onde atolou, para pedir socorro mais efetivo, pode até passar pelas suas cabeças, mas o medo de sair de dentro do carro e deixá-lo ali, muitas vezes é maior do que o desejo de solucionar o que lhes angustia.

Quando se mantem vínculo fragil consigo mesmo, os pensamentos, as intuições,as impressões, a experiencia anterior adquirida e a criatividade para encontrar novas possibilidades de agir desaparecem, somem no vazio no qual a pessoa se transforma no momento em que mais precisa contar consigo mesma!
Em momentos de forte pressão ou de fortes emoções, não estão consigo mesmas, não conseguem acessar as funções necessárias para organizar o caos que se instaura dentro delas. Não basta ter consciencia de si se não se tem vínculo forte consigo mesmo. Muitas mudanças só são possíveis através desse vínculo.

A sensação de vazio - é "só" uma sensação e não uma realidade. Todos os recursos pessoais estão intactos e disponíveis - basta não se desamparar ou se desesperar.Para tanto, é necessário aprender a confiar na riqueza de possibilidades produzida pelo ser único que cada um é e a estar consigo mesmo numa parceria de vida bem sucedida.

domingo, 3 de abril de 2011

VIVER

Viver a vida que se tem para viver, essa vida que nem sempre é como se deseja... Lidar com essa frustração, caso ela não seja mesmo como foi desejada, e com a realidade que nos cerca requer habilidades.
Uma delas, a que implica em aceitar a realidade como é, favorece a flexibilidade e o uso de recursos para enfrenta-la,para tirar dela aquilo que nos é necessário,que nos da prazer e nos realiza.Para tanto, precisamos não só desenvolver habilidades como nos libertar das amarras emocionais.

A habilidade para viver melhor requer exercício para ser desenvolvida.
Exercitar a resistencia à frustração,a assertividade,ou seja, a adaptação às cirunstancias de um dado momento,gera competencias para relações bem sucedidas com a vida.
Esses exercícios podem ser feitos nessa sequencia:1-pensar,deter-se na compreensão de um dado acontecimento(externo ou interno);2- identificar os sentimentos,valores e crenças que são mobilizados por ele e 3- escolher a melhor maneira de comportar-se diante dele.
A frequencia e a dedicação com que se exercita essas ações garantem a aquisição dessa habilidade e o fortalecimento da competencia para viver a vida como ela é.

Além desse exercício, a habilidade para viver de forma saudável,com qualidade e maior satisfação pode ser favorecida ou prejudicada por estados emocionais tais como culpa e medo.
Muitas vezes o medo desproporcional de reprovação pode se estender de tal forma que a pessoa, temendo ser reprovada, deixa de fazer escolhas, deixa de atuar e de assumir as rédeas da situação e, até mesmo, da própria vida.
A pessoa com esse medo, pode sentir que incomoda os outros,pode temer recusar um convite, discordar de uma opinião, manifestar qualquer desejo, deixar de obedecer a quaisquer normas, chamar a atenção de qualquer maneira.
Pode, tambem, sentir um medo permanente de que as pessoas descubram alguma coisa a respeito dela.E, mesmo quando se sente querida, sua inclinação é para o retraimento - dessa forma, acredita que impede que descubram o que ela é realmente e que a abandonem.

E o que tanto teme que os outros saibam?

Que sente muita raiva, inveja, vontade de se vingar,que nao acha justo depender de si mesma e que,porisso,nao deseja se esforçar para obter o que deseja.
Que em seu íntimo, insiste em viver a vida de outras pessoas, seja dominando-as ou explorando-as, através de recursos como afeição, amor ou submissão.
Que esconde o quão fraca e insegura se sente e quanto é incapaz de afirmar-se e, mais, o quanto de ansiedade existe nela.
Por essas razões, constrói uma fachada para si e,por ter consciencia dessa insinceridade de sua personalidade ou dessa parte dela, teme ser descoberta e reprovada. Assim, medo e culpa se mesclam.

O medo de ser desmascarada mais cedo ou mais tarde, deixa a pessoa em estado de ansiedade contínua,ou seja, ela passa a maior parte do tempo tensa, na expectativa de que algo ruim possa acontecer e com dificuldade de desativar esse estado.
Nesse estado de alerta constante, a pessoa tem dificuldade para se concentrar, pensar com clareza, identificar sentimentos e decidir por esse ou aquele comportamento. Entretanto, se tiver oportunidade de relaxar essas defesas e, finalmente, enfrentar sua realidade pessoal - não só será capaz de fortalecer-se, como será capaz de desenvolver as habilidades necessárias para seu equilibrio pessoal e estabelecimento de relações bem sucedidas com a vida.

Viver de forma equilibrada e saudável implica na aceitação de si,no fortalecimento de competencias, na aquisição de habilidades e na superação contínua de si mesmo e da realidade que nos cerca.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

E se...

Se tivesse feito, sido, dito...
Se tivesse o corpo assim ou assado,
o nariz, o cabelo, a boca;
enfim, se fosse como essa ou aquela,
esse ou aquele...

Então...
Ah, entao a vida seria diferente! Muito diferente! Muito...

E, COMO seria? Como seria?

Muitas respostas a essa pergunta fazem pensar como as idealizações, as fantasias ganham dimensões de realidade para muitas pessoas...E não é só quanto à aparência que essas idealizações ganham peso de realidade!
Os pensamentos são encadeados de tal maneira que a realidade subjetiva ganha mais peso que a objetiva!
Os sentimentos logo são associados a esses pensamentos e,assim, tudo se transforma em verdade,em crença!
O agir ou o não agir são ditados por essas crenças. A pessoa se apega de tal maneira a elas que, dificilmente, ouve ou percebe outras maneiras de se relacionar consigo, com os outros e com a realidade que a cerca. Infeliz, mas segura, segue vivendo em ciclos viciosos. Acredita-se no controle da vida,evitando surpresas desagradáveis, problemas, desconfortos - sofrimento.

Tendo pouca resistência à frustrações, mobiliza as pessoas que a cercam para compensá-la por perdas sofridas, requisita delas o enfrentamento que julga não ser de sua responsabilidade.

Sente-se incompreendida e injustiçada, quando solicitada a mudar de atitude.Enquanto não volta para o conforto do espaço criado dentro de si, vive e gera o caos em torno de si.

E se, se fosse possível acreditar em si, no outro, nas relações e na vida...
Se fosse possível gostar de quem se é, das escolhas feitas ...
Como seria?

Provavelmente seria mais fácil viver, decidir, enfrentar os imprevistos, resolver problemas...Certamente, seria mais fácil locomover-se entre isso e aquilo, entre esses e aqueles...Como seria bom viver a vida que se tem para viver!