segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Egoísta Generoso e a Vaidade

Atribui-se ao generoso valor maior que ao egoísta que, sem dúvida, não conseguiu sair do lugar de onde vê suas necessidades, seus interesses, razões e sentimentos como prioritários em relação aos demais. O egoísta não ultrapassa a fase do desenvolvimento em que o ego, o seu ego, é o centro do mundo. No seu egocentrismo, não consegue se colocar no lugar do outro. Causa-lhe vaidade a satisfação desse ego sobre os demais!
Costuma atrair admiração tanto de egoístas, como dos generosos. Com esses, a parceria é mais frequente e duradoura. Mantida, apesar das insatisfações geradas ao longo do tempo, pela generosidade.

O generoso está para o egoísta, assim como o egoísta não está cada vez mais para o generoso!

O que mantém esse par? Qual o eixo dessa relação?
Ambos, são mantidos pelo desiquilíbrio de cada um! Giram em torno do que os envaidece. Sim, a vaidade é o sentimento comum aos dois grupos de pessoas. É o ganho secundário que reforça a atitude de sacrifício pelo outro, mantendo-o cada vez mais em seu egoísmo!
Há de se reavaliar, portanto, a atitude de ambos para que haja uma relação onde sejam capazes de atender aos seus interesses, sem deixar de se colocarem no lugar do outro. Enquanto, o generoso continuar abrindo mão de suas necessidades, desejos, interesses etc em prol dos desejos do egoísta, cada vez mais exigente - mais injustiça ele comete!
A relação saudável entre as pessoas pede que cada um saiba dar para si e para o outro. "Amai ao próximo, como a si mesmo".
Se não sei do que preciso, do que gosto ou, sabendo, abro mão, esvaziando-me de mim mesma (o), deixando de me cuidar, de buscar satisfação para minhas necessidades, para me preencher da vida do outro, dificilmente, essa relação não adoece - dificilmente, ambos não adoecem. Portanto, é preciso reavaliar a atitude generosa, especialmente - uma vez que, atrás de um grande egoísta, quase sempre existe um generoso. Trocar a vaidade pela justiça passa a ser tarefa de ambos: generosos e egoístas.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Conflitos no mundo moderno e na contemporeneidade

A neurose no mundo moderno constituía-se do conflito entre o desejo e o proibido. Na contemporaneidade, o conflito está entre o possível e o impossível. Aqui, a culpa é substituída pelo medo; afinal, sem repressão, temos que lidar com nossa potência. 
Antes, a culpa era da autoridade que exercia a lei; portanto, estava fora do indivíduo - podia-se culpar alguém. Agora, a culpa é nossa por não fazermos, atingirmos ou sermos quem desejamos. 
O sentimento de desamparo nessa nova ordem social não é pequeno e dele decorrem, muitas vezes, a ansiedade e a depressão - doenças do século, como no anterior foi a histeria.