As mudanças na evolução da aplicação da Psicologia,
especialmente na clínica, durante essas quase cinco décadas atuando como psicoterapeuta, chamam-me muita atenção!
O conhecimento maior do funcionamento do cérebro é
fascinante e oferece recursos para diagnósticos e estratégias de tratamento,
sem dúvida.
A questão é: como são feitos esses diagnósticos, como são recebidos
e impactam a vida das pessoas ?
Nomear sintomas é importante, sim. Entretanto, parece estar havendo
uma supervalorização do diagnóstico em detrimento do processo que considera a
pessoa mais do que seu transtorno ou doença. (Sem que isso signifique desconsiderá-los!)
O transtorno X resulta em tais comportamentos que passam a
determinar a pessoa, levando-a ao conformismo ou a práticas de mudança de
comportamento que não são eficazes para muitos e/ou perdem sua força com o
tempo; gerando assim, mais frustração e sentimento de impotência do que de
superação e transformação. Do meu ponto de vista, mais adoecimento do que saúde.
Mais heteronomia do que autonomia.
Mudanças de comportamento não são fáceis, porque envolvem o indivíduo
como um todo. Além do que, é preciso compreender que a atitude é constituída de três elementos: o racional, o emocional e o comportamental.
Pode-se desejar muito mudanças de atitudes, mas, se esses três componentes não forem mobilizados, não estiverem alinhados, dificilmente, ocorre mudança.
O processo na análise psicológica envolve um dinamismo entre esses três fatores,
dando lugar a maior consciência de si, amor-próprio/autoestima e transformação do que é
possível ser transformado.
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