O " efeito Instagram" é um fenomeno, cujo impacto afeta a maneira como muitas pessoas olham e se relacionam com a própria vida.
Sentimentos como autoafirmação, validação, inveja, frustração aparecem em menor ou maior escala causando sofrimento em muita gente.
A frequência com que esse fenomeno é constatado leva-nos a refletir sobre alguns pontos. Nem todos óbvios ou deduzíveis como, por exemplo, a comparação imediata entre as imagens postadas pelo outro e como ele "vive" a própria vida, com a vida vivida por seus seguidores.
A frustração decorrente dessa comparação nos dirige para sentimentos como raiva e inveja. Ambos, por sua vez, convergem para o sentimento de perda. Até, do que não se tem!
A capacidade para lidar com perdas faz parte desse complexo de sentimentos.
Perder é inerente à natureza dos seres vivos e de tudo que está exposto à ação do tempo.
Nós, seres humanos, perdemos desde o nascimento: as etapas da infância, da juventude, da vida adulta. Perdemos familiares, amigos, namoro, noivado, casamento, emprego, saúde e a vida.
Viver é saber se despedir, é aprender a aceitar a impermanência. É saber lidar com perdas.
Chega um momento que a alegria passa, a tristeza também; as dores, os esforços para mantermos por mais tempo aquilo que conquistamos ou nos satisfaz ou invejamos!
É mesmo bom, enquanto, dura! A vida é dinâmica.
Ficar na inveja, na raiva é ressentir-se. É enfraquecer o "impulso para", é desvitalizar, é esvaziar os próprios desejos.
Usar da criatividade para buscar aquilo que se deseja, que satisfaz a si - é uma saída desses sentimentos negativos que as imagens e os "instagramáveis" têm gerado.
Os efeitos dessa busca pelo ideal têm não só provocado sentimentos negativos, como paralizado muita gente diante da própria vida.
Ficam aqui as seguintes questões:
A que (a quem) serve seu ressentimento?
O que move sua vida, sua alma?
Para que, para quem servem seus esforços?
Como é possível viver a propria vida?
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