As recentes discussões sobre envelhecimento que estamos acompanhando, em razão do aumento dessa população, inclusive de maneira inédita no Brasil, fizeram com que ensejasse a reflexão sobre o amadurecimento.
-Como estamos amadurecendo?
-Estamos?
Em contraposição à realidade do envelhecimento, deparamos com a da extensão do período a que chamamos de juventude. Como constructo social, o conceito de juventude abarca necessidades, interesses e valores de uma mesma sociedade, além das diversidades que a constituem.
Além de uma juventude prolongada, o número de filhos por família despenca para um ou 0 . Vários são os motivos desse fenômeno, desde os econômicos até a percepção de que filhos possam cercear a liberdade dos pais.
Mudamos muito a visão de maternidade/paternidade nesses aproximados sessenta anos. Mudança essa, como toda mudança, com aspectos positivos e negativos.
Com um número tão reduzido de filhos e as muitas atividades dos pais, cada vez mais demandados e atingidos pelas expectativas da felicidade a qualquer custo – sua e de seu(s) filho(s) – educar passou a ser uma tarefa quase impossível para muitos.
Oferecer oportunidades de amadurecimento como limites dados pelo “não”, pelo saber esperar e, principalmente, pela resistência à frustração são substituídos pela satisfação imediata de necessidades que vão se misturando, cada vez mais, aos desejos infindáveis daqueles que constituem uma juventude cada vez menos madura e responsável por si, principalmente.
Os excessos todos que constatamos não só no dia a dia, como no jeito de ser de cada um de muitos de nós – servem a que? A quem? Como contribuem para o amadurecimento e evolução das sociedades contemporâneas?
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